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19,5 hectares de mata atlântica

Maria Eduarda Toralles

BELMONTE (DA SUCURSAL EXTREMO SUL) – Desmatamento de 19,5 hectares de mata atlântica numa área em avançada regeneração, na Fazenda Igarapé Amapá, em Belmonte, foi descoberto pelos fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), esta semana, durante sobrevôo de monitoramento. O local do desmate é área de especial proteção ambiental.Segundo José A. Tosato, gerente regional do Ibama, a fazenda foi arrendada pela empresa Trevo Florestal Ltda, em março de 2004, para plantio de eucalipto. A área pertence à Bassi, Comércio e Indústria Ltda, antiga Imasa, detentora de um plano de manejo florestal suspenso. Conforme o Ibama, a empresa possui licenciamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, para plantio de eucalipto. “O licenciamento partiu do pressuposto de que era terra de pastagem”, revelou Tosato.

Por decreto do Ministério do Meio Ambiente, a área de especial proteção ambiental tem “prioridade de conservação, pela sua relevância para a biodiversidade da mata atlântica”. E esta integra o Corredor Ecológico Central e Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. A empresa será multada em R$ 29.250, e a área desmatada embargada até ser recuperada. “O período de embargo deve ser superior ao do arrendamento, que eram sete anos”, disse o gerente do Ibama.

O responsável pela Trevo Florestal disse que a área em questão não pertence à empresa e que não fizeram nenhum desmatamento. “A fazenda tem 2.500 hectares, dos quais arrendamos 100 ha, que não ficam na área desmatada”, garantiu. Mas a gerência do Ibama tem cópia do arrendamento de uma área de 300 hectares abrangendo a Fazenda Conjunto Igarapé/Amapá e outra denominada São José; e do auto de infração assinado pelo sócio responsável pela Trevo Florestal.

Em reunião no Ibama, em Eunápolis, proprietários da Trevo informaram que a decisão do plantio nessa área foi baseada em ortofotocartas fornecidas por uma empresa de celulose que, segundo eles, demonstravam que a área era passível de desmatamento.

“Precisamos tomar todas as precauções para que esse tipo de destruição não ocorra mais na mata atlântica. Um desmatamento de quase 20 hectares é considerado um grande desastre para o bioma mais ameaçado do planeta. Não há nenhuma justificativa aceitável para converter mata atlântica em plantio de eucalipto, mas vamos aguardar a defesa da empresa, antes da homologação final da multa”, garante Tosato. (site:https://www.observatoriosocial.org.br/conex2/?q=node/399)